Livros

A Gilafa, 2014 – Paula Lice + Vânia Medeiros (ilustrações e editoração)

Primeiro livro publicado, ao final da temporada da peça “Para o menino-bolha”, como uma obra derivada do universo da peça. No livro, temos acesso a história que os personagens do espetáculo leem e que marca o aparecimento da Girafa, como uma figura amiga da protagonista da história.

Para o menino-bolha, 2018 – EDUFBA

Publicação da peça estreada em 2014, pela Coleção Dramaturgia da EDUFBA.

Pequeno oráculo invisível de crianças imaginadas, 2019 – Paula Lice + Lia Cunha (ilustrações e editoração, pela Duna Editora)

Publicação independente, como um produto derivado do espetáculo Santa Maravilha Recebe – entrevistas perforMágicas, de 2018.

Oficinas

CORPO E ESCRITA DE SI

A oficina busca explorar a ideia de “escrita de si”, recortando referências como bio-drama e teatro documentário, para abrir um espaço de construção de registros auto-ficcionais possíveis. Para tal experimentação, a oficina estabelece diálogos entre a experiência de processos colaborativos, dramaturgia e corpo. Foram realizadas três edições em 2019: na Casa Hoffman, em Curitiba, pela Selvática Ações Artísticas, no Teatro Gamboa Nova, pelo Prata da Casa e no Teatro Vila Velha, pelo projeto Três & Pronto.

 

BRECHÓ DE VIDEOBLOG

O Brechó de Videoblog, projeto executado em 2013, compartilhou criações artísticas em crônica e poesia, cruzando texto e vídeo, a partir da construção de uma rede de convivência criativa de memórias, afinidades e afeto. Em sua primeira edição, três residências artísticas foram realizadas nas cidades de Paulo Afonso, Xique-Xique e Rio de Contas. Cada residência englobou um período de oito horas de atividades para um grupo de vinte pessoas, relacionadas às áreas de Literatura, Teatro e Audiovisual. O projeto foi contemplado pelo Programa de Cultura Banco do Nordeste/ BNDES – Edição de 2012. É assinado em conjunto por Paula Lice e Saulo Moreira, em colaboração com o videoartista Rodrigo Luna. Link: http://brechodevideoblog.com/

LEITURA É CULTURA!

O projeto “Leitura é Cultura” foi realizado em 2009 buscando contribuir para o processo de formação do aluno leitor, já iniciado ao longo de seu percurso histórico-cultural, utilizando-se de elementos da prática de contação de histórias e de elementos teatrais.  As duas ramificações da proposta , capacitação de professores e implementação de práticas de incentivo à leitura com crianças de 1ª a 4ª séries, contou o trabalho dos contadores de história Ana Paula Carneiro, Fábio Ferreira, Lisa Vietra, Luciana Rocha, Saulo Moreira e Victor Cayres, contemplando aproximadamente 500 alunos e 20 professores de 04 escolas municipais do distrito de Santo Amaro, Oliveira dos Campinhos. O projeto foi elaborado e coordenado por Gal Cavalcante e Paula Lice e contou com verba do Fundo de Cultura/BA, através do edital da Demanda Espontânea de 2007.

Miúda e o guarda-chuva (longa-metragem em animação para crianças)

Miúda alimenta diariamente sua planta carnívora com formigas. Cansadas de serem comidas, elas arquitetam um plano secreto, cheio de fatos extraordinários, guarda-chuvas e poesia. O filme MIÚDA E O GUARDA-CHUVA se propõe a trabalhar com uma linguagem metafórica que conta com o espaço co-criativo e co-autoral do espectador. Com uma atmosfera minimalista, que oscila entre a melancolia e a comicidade, a animação opta pela diversidade de sentidos, de forma não maniqueísta, para tratar de temas como solidão, afetividade e transformações.

Criança Ferida ou de como me disseram que eu era gay (teatro)

Quando foi que você se deu conta de que era heterossexual? A pergunta parece simples, mas muitas pessoas não terão uma resposta precisa, ou sequer terão uma resposta. Para a maior parte daqueles que não seguem os padrões heteronormativos estabelecidos, respondê-la não é tão complicado “A gente não se dá conta da nossa sexualidade, a gente é informado pelo mundo, somos apontados pelos outros como gays e muito cedo recebemos essa informação como uma coisa negativa” conta Vinicius Bustani. O espetáculo “Criança ferida ou de como me disseram que eu era gay” se propõe a falar sobre homofobia velada e já naturalizada nas nossas relações mais ín􀆟mas. O intento é alertar para a necessidade de uma revisão de hábitos, chavões e até boas intenções que acabam por criar gerações de crianças solitárias, confusas, com sensação de isolamento e falta de lugar no mundo.

Através de situações cotidianas, que misturam relatos biográficos e ficção, a narra􀆟va evoca momentos e imagens da infância, que marcam o começo da percepção da homofobia, que assume que o desejo divergente da heteronormatividade é errado, e versa sobre os tipos de danos que isso causou em Vinicius e pode causar em crianças e adolescentes que começam a aprender sobre si dessa forma. A motivação para montar a peça surgiu logo após o ator e autor, Vinicius Bustani, revelar aos pais, familiares e amigos sua sexualidade. Mesmo solicitando que se sentissem à vontade para perguntar o que quisessem, ele teve que lidar com inúmeras questões, impensáveis e muitas vezes anacrônicas, que, ao mesmo tempo que trouxeram grandes dores, trouxeram também combustível para a criação. Para se aventurar nessa jornada pessoalíssima, o ator convidou a atriz, diretora e dramaturga Paula Lice, para compor direção e dramaturgia do projeto. Os dois, em processo colaborativo, deram forma ao espetáculo, que atualmente completa pouco mais de um ano de trajetória.

Nesse período foram realizadas cerca de 62 apresentações: 22 apresentações em instituições e projetos, além de cinco temporadas em teatros de Salvador, com sucesso de público e crítica. Em agosto e setembro de 2018 foram 15 apresentações na Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública para mais de 1000 pessoas, entre alunos/as, professores/as e colaboradores/as. Em setembro uma apresentação no Hospital Humberto de Castro Lima, em sessão voltada para corpo de funcionários/as. E em outubro e novembro, foram 6 apresentações para alunos e alunas de escolas públicas nos espaços culturais de Alagados e Plataforma e estudantes e professores/as dos cursos de Dança, Psicologia e Bacharelado Interdisciplinar de Artes da UFBA, através do projeto “Criança ferida itinerante” financiado pela Fundação Gregório de Matos (Prefeitura de Salvador) através do Arte Todo Dia.

Todas essas apresentações, que fazem parte do braço institucional do projeto, reforçam na prática o caráter pedagógico do conteúdo e da linguagem do espetáculo. Ao longo de pouco mais de um ano, a peça também ganhou o reconhecimento de instituições importantes tanto no campo das artes cênicas quanto no meio LGBTQIA+. Em setembro de 2018, o espetáculo recebeu um prêmio da Ordem do Mérito Cultural da Diversidade LGBT outorgado pelo Grupo Gay da Bahia (GGB), pelo trabalho na luta contra a homofobia. E em janeiro de 2019 o espetáculo foi indicado na categoria Texto para a maior premiação de teatro da Bahia, o Prêmio Braskem de Teatro. O formato escolhido, teatro-documentário, mostrou-se extremamente valioso para aproximar cena e plateia, através de um relato de experiência verídico e verossímil, que cria uma relação de empatoa, cumplicidade e engajamento entre as paredes que comportam a performance.

Santa Maravilha Recebe – entrevistas perforMágicas (teatro)

Foto: Caio Lírio

Santa Maravilha Recebe é um espetáculo de entrevistas, feitas a partir de um oráculo criado pela própria atriz, cruzando o estudo dos arquétipos de diversos sistemas oraculares às personagens da ficção, de referências da autora, Paula Lice. A ideia é criar um ambiente mais íntimo para que seja possível entrever a pessoa entrevistada, que muda a cada noite.

A primeira temporada aconteceu no Teatro Gamboa Nova, em maio de 2018, com apoio financeiro do Edital Arte Todo Dia – ano III, da Fundação Gregório de Matos. Entre os convidados, nomes como a poetisa Kátia Borges, o palhaço Alê Casali, o cineasta Henrique Dantas, a drag queen Valérie O’hara, a apresentadora Renata Menezes, a cantora Manuela Rodrigues, o compositor Ronei Jorge e o dançarino Edu Oliveira.

Santa Maravilha surgiu na Galeria Entre, em 2017, no projeto “ENTRE: Objetos para vestir, diálogos sensíveis”, proposta artística do designer de moda Alexandre Guimarães, que criou o vestido usado por Paula em cena, que o artista chama de werable art.

“Revisitei um texto que escrevi quando da morte de Elke, que me levou diretamente para Alice no país das maravilhas. Reli o livro, revi entrevistas com Elke e fui pensando em como tornar meu corpo presente através dos recursos possíveis para a instalação. Na minha leitura, Alice se amplia do livro ao meu nome, passando por minha avó paterna, alinhavando memória, auto-ficção, documento, humor, poesia e muita água maravilha”.

Na época, ela fez três apresentações recebendo como convidados o elenco do espetáculo Loucas do Riacho, os articulistas da revista Barril e um time de drag queens da cidade. “Eu sintetizaria como Paula Alice no país de Elke Maravilha”, disse Paula sobre a performance-entrevista à época.

Santa Maravilha – entrevistas perforMágicas participou ainda do FIAC/Bahia, no qual Paula entrevistou Jorge Alencar, um de seus parceiros de trabalho mais antigos, com quem compartilhou 14 anos de grupo Dimenti.

FICHA TÉCNICA
Direção/Dramaturgia: Felícia de Castro e Paula Lice/ Atuação e textos do oráculo: Paula Lice/ Direção de arte/Arte Gráfica: Lia Cunha e Tiago Ribeiro/ Direção musical: Heitor Dantas/ Desenho de luz e operações: Vinícius Bustani/ Assessoria de imprensa: Daniel Silveira

Drag me as a queen (reality show)

Drag Me as a Queen é um reality show brasileiro que estreou no dia 20 de novembro de 2017 no canal E!. Com apresentação das drag queens Penelopy Jean, Rita Von Hunty e Ikaro Kadoshi o programa tem como objetivo ajudar mulheres a libertar a “queen” que existe dentro delas. O programa é inspirado no curta-metragem Jessy (2013), de Paula Lice, Rodrigo Luna e Ronei Jorge e foi criado por Paula Lice e Amadeu Alban.

Bonito (dança para crianças)

Fotos: Aldren Lincoln

O que é Bonito pra você? Esta pergunta moveu inicialmente a criação de um espetáculo de dança-teatro e um livro, ambos voltados para crianças. Em cena, seis criadores reelaboram a imagem grotesca e assustadora dos monstros de infância e dão voz e movimento a novos monstros que são em si a força intima de cada um. O que em mim assusta e incomoda, mas é ao mesmo tempo minha potência? Adotando, então, essa premissa, de que nossos monstros são nossas potências, o espetáculo parte das memórias de criança dos intérpretes, suas brincadeiras e modos de se relacionar. A ideia é possibilitar outros olhares menos dicotômicos acerca da infância e os vestígios que ela deixa nos adultos. O espetáculo é uma criação dos dançarinos Edu O., Lia Lordelo, Lucas Valentim, Lulu Pugliese, Olga Lamas e William Gomes; e conta com direção e dramaturgia de Paula Lice. A tradução em Libras é feita em cena com a intérprete-criadora Cintia Santos. A direção de arte é assinada por Mayra Lins, a iluminação é de Moisés Victório e a direção musical é de Neila Kadhi.

HISTÓRICO:
Edital Setorial de Dança FUNCEB/Ba 2016 – Estréia e temporada (Outubro/2017)
Indicação ao Prêmio Braskem de Teatro na categoria Melhor espetáculo Infanto-juvenil – Temporada (Junho/2018)
Festival Sesc Aldeia do Velho Chico em Petrolina/Pe – Apresentação (Agosto/2018)
XI Festival Internacional Artes Cênicas da Bahia – Apresentação (Outubro/2018)
X Jornada da Dança da Bahia – Apresentação (Novembro/2018)
Apresentação no CEU Heliópolis – São Paulo (Maio/2019)

Priscilla e o tempo da coisas (teatro/palhaçaria infantil para adultos)

Fotos: Agnes Cajaiba

“Priscilla e o tempo das coisas” nasceu da vontade de encontros: o encontro da palhaçaria com o feminino, do bufão com o transformismo, da poesia com a rua e do Nariz de Cogumelo com Paula Lice. A partir de um processo que envolveu intercâmbios com três drag queens de Salvador/BA e a palhaça e atriz Felícia de Castro, Paula Lice assinou texto e direção para presentear o Nariz de Cogumelo com uma proposta desafiadora: um espetáculo infantil para adulto ver.

​“Priscilla” estreou em abril de 2016 e já circulou por quatro bairros da capital baiana, sendo adaptável para rua e para teatros não convencionais.

SINOPSE:

As rainhas-palhaças Furabolo, Calçolina, Fuscalina, Floricota e seus fiéis músicos, Pedro Mouro e Diogo Rosquinha, embaralham espaços e tempos, viajando de uma carroça para um bote, passando pela barriga de uma baleia.​

FICHA TÉCNICA:

Direção e Dramaturgia: Paula Lice/ Criação: Pequena Sala de Ideias e Nariz de Cogumelo/ Elenco: Laili Flórez, Larissa Uerba, Luiza Bocca, Viviane Abreu, Diogo Flórez e Pedro Vieira

Ridículos (documentário/longa)

Fotos: Maíra Lins

Os criadores do premiado documentário Jessica Christoferry/ Jessy lançam Ridículos, uma obra sobre o nascimento de um palhaço, mostrando um pouco da intimidade e o desnudamento necessário  para a criação artística. Os diretores Rodrigo Luna, Paula Lice e Ronei Jorge dão continuidade à poética de mostrar a construção de um processo criativo, seus desafios e a iniciação. Uma verdadeira celebração da arte do palhaço.

Assim como Jessy, em que se revela como se desenvolve uma drag queen, a arte do transformismo, em Ridículos o duro processo de iniciação na arte do palhaço é apresentado para o público. Dessa vez, Rodrigo Luna assume a posição de ator e diretor, permitindo para o espectador conhecer os primeiros passos da palhaçaria. « O filme tem ligação direta com Jessy mesmo, até porque a gente acha que a palhaçaria e o transformismo tem muito a ver. A ideia surgiu quando eu fiz minha iniciação de palhaço o, e me arrependi de não ter registrado. Se trata de um processo muito duro, mas muito bonito. Quisemos desnundar esse processo » conta Luna, que escalou um time de referência na arte da palhaçaria em Salvador, formadores de toda uma geração: Alexandre Casalli, Demian Reis, Felicia de Castro e João Lima. « É uma grande homenagem ao fazer artístico, uma homenagem a essa cena de palhaçaria soteropolitana » explica um dos diretores.

« Os nomes surgiram como em Jessy, foi uma escolha praticamente afetiva, de palhaços que eu admirava e sempre ouvia falar, que são referência para a palhaçaria em Salvador. Eles foram responsáveis pela formação de uma geração de palhaços que já está formando novas gerações. São esses palhaços que aparecem na festa, no final do filme » acrescenta Luna. Além de apresentar as vivências e memórias dos artistas convidados, o documentário mostra números com os mestres da palhaçaria. O documentário foi rodado durante quatro dias, em Lauro de Freitas, Bahia, trazendo as lembranças dos formadores sobre as suas próprias iniciações naquela mesma casa, ainda nos anos 90. Um dos componentes fundamentais do filme, que também é princípio da palhaçaria, é o reconhecimento das aparentes fraquezas como potência, o reconhecimento daquilo que sempre foi motivo de escárnio, motivo de ridicularização, como um verdadeiro trunfo do palhaço.

A obra compôs a Mostra Baiana do Panorama de Cinema e XI Encontro Nacional de Cinema e ganhou o Prêmio de Melhor Montagem dentro do Vídeo dos Sertões, em Floriano (PI). Também foi vencedor do 40 Festival Guarnicê de Cinema 2017, nas categorias melhor filme e melhor roteiro.

Créditos

Roteiro e Direção: Paula Lice, Rodrigo Luna e Ronei Jorge/ Elenco: Alê Casali / Biancorino, Demian Reis / Tezo, Felícia De Castro / Bafuda Florência , João Lima / Tiziu, Rodrigo Luna / Fofinho Titânique Fribolha/ Produção: Movioca Content House

Parece Bolero (teatro)

Foto: Caio Lírio

Parece Bolero é um espetáculo que reúne teatro, dança e música. Uma aula de dança diferente, na qual, entre passos, histórias suas e de seus alunos, Gracinha conversa sobre a vida, o casamento e as várias faces do amor, envolvendo o público em suas experiências e paixões, pelo bolero e pelo melodrama, tudo isso embalado pelas músicas executadas ao vivo pelo pianista Estevam Dantas. Uma grande referência estético-poética da peça é a série Anos Dourados, de Gilberto Braga. A peça integrava o projeto cênico “Um piano, o bolero e a galinha”, de 2014, idealizado pelos atores Jacyan Castilho (L. Recebe), Igor Epifânio (A Arte de Matar Galinhas) e Paula Lice (Parece Bolero), que combinava, de forma intimista, expressões artísticas como o teatro, a dança e a música, a experimentos gastronômicos. O projeto concorreu ao Prêmio Braskem, na categoria especial e participou do FIAC- Bahia, de 2015.

Ficha Técnica:

Direção: René Guerra/ Dramaturgia: Paula Lice, René Guerra e Gildon Oliveira/ Figurino: Flora Rebollo/  Iluminação: Márcio Nonato/ Músico: Estevam Dantas